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Prótese 1

  • urologiamedic
  • 18 de set. de 2014
  • 2 min de leitura

Próteses em Urologia

Prof. Dr. Enrico Andrade – Prof. Dr. Gustavo Alarcon

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Esfíncter urinário artificial

O esfíncter urinário artificial está reservado para o tratamento de situações de incontinência complexas, decorrentes de lesão/deficiência importante do esfíncter natural, normalmente decorrentes de cirurgia prostática (prostatectomia radical ou ressecção trans-uretral), traumatismo pélvico, determinadas malformações congênitas ou situações particulares de doença neurológica.

O esfíncter urinário artificial é um dispositivo mecânico que consiste num manguito compressivo colocado à volta da uretra (nas crianças e mulheres na porção inferior da bexiga denominada colo vesical) e num balão de pressão, conectados a uma bomba que controla os movimentos do fluído do manguito para o balão e vice-versa (Fig.2).

Em situação de repouso o manguito está preenchido por fluído, comprimindo a uretra e como tal impedindo perdas indesejadas de urina. Quando há necessidade de urinar, a bomba, que é colocada numa posição acessível (na proximidade dos testículos no homem ou no lábio vaginal nas mulheres), é ativada por compressão manual fazendo com que o fluído que preenche o manguito seja encaminhado para o balão. Desta forma, o manguito deixa de exercer compressão permitindo a micção. Automaticamente, de forma passiva, passados alguns instantes, o manguito volta a ficar preenchido, comprimindo de novo a uretra e garantindo de novo a continência.

A sua colocação é relativamente simples em termos técnicos, embora exija alguma experiência e familiaridade com os componentes, com o procedimento e com a abordagem de eventuais complicações. Faz-se a partir de uma incisão única a nível da porção inferior do pênis ou por duas incisões em separado – uma entre os testículos e o ânus e outra pequena incisão na virilha. Após o procedimento é necessário aguardar algumas semanas para se colocar o esfíncter em funcionamento – o doente tem alta com o aparelho desativado. São contra-indicações para a colocação: infecção urinária, bexiga de pequena capacidade ou distensibilidade, hiperatividade vesical não controlada (contrações não controladas e de grande amplitude da bexiga), doenças que possam implicar instrumentação urinária repetida – cálculos, tumores da bexiga, estenoses da uretra ou ausência de suficiente destreza manual para a manipulação do dispositivo.

Até ao momento foram colocados mundialmente cerca de 95000 esfíncteres urinários artificiais. Em termos de resultados pode dizer-se que globalmente entre 75 e 95 % dos doentes melhoram muito substancialmente, cessando as perdas urinárias ou alcançando aquilo que pode ser definido como incontinência socialmente aceitável (necessidade de usar apenas 1 absorvente/dia). Uma vez que se trata de um dispositivo mecânico, para além das complicações inerentes a qualquer cirurgia (infecção/hemorragia, etc), poderão ocorrer falhas mecânicas, que necessitarão de reintervenção. Numa perspectiva realista, será esperável que aos 5 anos após implantação 90 % dos doentes sejam portadores de um esfíncter ativo, com uma taxa de necessidade de revisão de cerca de 25%


 
 
 

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