Prostatites
- urologiamedic
- 20 de fev. de 2015
- 2 min de leitura
Prostatites
Prof. Dr. Enrico Andrade – Prof. Dr. Gustavo Alarcon
As infecções do aparelho urinário constituem uma importante questão na área da Saúde não só pela sua elevada frequência e impacto na qualidade de vida mas também pelo aspecto econômico decorrente. A prostatite é a doença da Próstata mais frequente em homens com idade inferior a 50 anos.
Atendendo à frequência e complexidade desta patologia, e na tentativa de uma abordagem diagnóstica e terapêutica mais eficaz, foi recomendada pelo National Institute of Diabetes and Digestive and Kidney Diseasesdo National Institute of Health a classificação atualmente mais utilizada que diferencia prostatite bacteriana aguda e crônica, síndrome de dor pélvica crônica (prostatodínea) e prostatite inflamatória assintomática (histológica).

O que é?
A classificação de prostatite bacteriana depende de critérios clínicos e na evidência de infecção e inflamação da Próstata. De acordo com a duração dos sintomas pode ser classificada como aguda ou crônica (sintomatologia persistente mais de 3 meses). O quadro clínico predominante caracteriza-se por dor (lombar, suprapúbica, perineal, escrotal, peniana) e sintomas urinários (frequência elevada, diminuição da força e calibre do jato urinário, ardor na micção, retenção urinária). A prostatite bacteriana crônica é a causa mais frequente da infecção urinária recorrente no homem.
Como se diagnostica?
O diagnóstico baseia-se na história clínica e em meios complementares de diagnóstico criteriosamente selecionados nos quais se enquadram análises e culturas de urina, sangue e secreção prostática, diário miccional, fluxometria e determinação do resíduo pós-miccional. Saliente-se que um agente etiológico só é detectado pelos métodos de rotina em 5-10% dos casos.
Como se trata?
O tratamento deverá ser individualizado a cada caso. Salientando que a prostatite bacteriana aguda pode constituir uma situação de extrema gravidade que necessite uma terapêutica agressiva em meio hospitalar.
O uso de antibióticos representa papel fundamental e está preconizado na prostatite bacteriana aguda, recomendado na prostatite bacteriana crônica e pode ser alternativa na síndrome de dor pélvica crônica. O uso concomitante de analgésicos, antipiréticos, alfabloqueadores prostáticos, relaxantes musculares ou outras substâncias pode ser recomendado pelo urologista.
A terapêutica cirúrgica não está rotineiramente preconizada embora possa ser indicada na drenagem de abcesso prostático ou outras situações particulares.
Não existem recomendações específicas para a abordagem terapêutica da síndrome de dor pélvica crônica. A sua etiologia não está determinada, pelo que a terapêutica dirigida constitui um problema. Assim justificam-se múltiplas abordagens terapêuticas.
A prostatite inflamatória assintomática, pela ausência de sintomatologia, não justifica qualquer terapêutica.
A prostatite é uma patologia complexa em que sintomas urológicos podem manifestar diferentemente, onde pode ser necessário uma terapêutica agressiva com internação hospitalar. Desta forma, perante a suspeita deve ser conduzida de forma criteriosa a investigação clínica pelo Urologista para obter uma melhor estratégia terapêutica.
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